Monday, May 23, 2011

...era uma vez



...apaga as luzes
as velas o sol o luar que teima em queimar as feridas do sentir
apaga apaga-me se puderes
como uma borracha num papel de linhas pré-escolar onde escrevi os desencantos de outrora
apaga apaga o brilho no olhar
o fustigar das gotas a derramar nas faces da sensação momentanea de que o tempo é feito de fisgas em ponta de lança

fecha as cortinas do palco vazio de escamas em ramificações do púlpito em júbilo insane
esconde esconde-te na fibra negra da paixão de que se desfez esta vida soletrada em sílabas soltas dementes

encerra o capítulo da história em miragens cortantes da memória decadente e vã desconstruída em contextos de húmus e sangue a escorrer nas paredes do pensamento

no more tickets to Hell no more

apaga apaga-te apaga-me
na folha amarrotada das linhas reescritas que não recordo jamais

no more tickets no more

...e num breve fustigar em suspiros rarefeitos
queda-se o olhar do fim.

No comments: