Thursday, June 30, 2011

...the storm



...a vulgar sombra dos dias
perpetuada pelo teu toque
a contra-relógio embalsamado discretamente
como aquela carta que escreveste a morrer em explosões de fragmentos largados à chuva no vento quente do norte
cubos de gelo a gemer em chamas entre as chamas
no asco do teu asco de ti mesmo
amor que em teu nome fala
com a tinta dos momentos encarcerados em olhares fugazes onde te encontraste e reencontras sem dó
regressos de escárnios
míseras gotas de choro convulsivo em compulsões de nada
ternas diabruras adocicadas
como doces de crianças gamados na mercearia da esquina
em fuga

os odores
os olhares
na falência da demência do que foste
em chagas mundanas a sangrar cantando o fado vadio resgatado na penumbra das noites sem nome
no espelho dos corpos nus
voltamos
sem nada mãos vazias
ao nada mãos que unem
no nada desfazem medos como

...a vulgar sombra dos dias
perpetuada pelo teu toque.

Tuesday, June 28, 2011

...(col)ours


...when words are meaningless to say that i love you
spoken mirrors and crumble rotten feelings
judging angels disappearing in shadows between
one minute in time howling
falling appart
darkness seems so near so fragile
unspoken flames inside you

...when silence are meaningless to say that i love you
spoken dreams follow us to infinity
drying tears in lines cutted up by fear and wisdom
judging the devil disappearing faceless in masks unmaskerade like a party undressed jam
falling appart
us

...when words are silence insignificant papers burning in a colour escape of the harm
hugging and spelling the simplicity of truth in a game making diseases look like flu

...i am blue
...i just want to say love you

Sunday, June 26, 2011

...No (thing)



...os minutos em standby
as horas
o sorriso engarrafado das almas dissecadas pelo tempo ausente
que te ofusca e faz vibrar em encarnações de suspiros momentaneos ao ouvido
intocáveis miragens de assombrações obscuras entorpecidas pelo amor
rugidos de outrora nas janelas abertas como plácidos sonhos lunares em silêncios almejados
vãs escapadelas em tumultuosos cárceres renegados
súbitos vales de misérias em trôpegos milagres anunciados em placares à chuva
na chuva sob as gotas ácidas do pensamento
caótico e inerte
como golfadas de ar fresco hilariante abandonando-te à sina de seres tu e só tu
assim sim tu assim sem nada no nada a perder o nada que te refez em nada pelo nada assim tu sim
...os minutos em standby

Take I done.

Tuesday, June 21, 2011

...so(litude) in(with) you


...esboços da semântica das palavras trancritas de ti
em fracções de segundos intemporais
quedas repartidas em pautas rasgadas pelo vento que se desfez na face do re-encontro
o nosso
frágeis sentidos desprovidos de sentimento e desencanto
dilacerantes chagas de lâminas ocultas em sorrisos encaixados como peças do puzzle
aquele puzzle que habitava o nosso quarto em lânguidas paixões de nada
em nada
vómitos em lazer a queimar a cinza dos olhos que cruzam o teu caminho
o meu
gatinhando na areia voluptuosa e imensa imersa que te tolhe em escárnios de dizeres mal-entendidos trepidantes quedas de anjos inexistentes em espelhos de encruzilhadas
stop
o sinal que te pede mais
e mais
sem falar
intenso e atroz
aterrador standby de emoções tolhidas em usufruto da tua
teu
antepenúltimo adeus
adeus
meu
minha antecamera de casebre em insultos
tonturas escabrosas do desejo
miragens de terror em sorrisos de máscaras isoladas na tentação
de sermos aquele
aqueles
um e um só
em psicoses de sonhadores esquizofrénicos na penumbra do sal dos dias
hologramas sepultados na parede de papel pardo forrada rasgada em acessos de fúria desmedidos
como cárceres nas celas à espera
à espera do dia
o tal
a perpétua como destino
a fuga
sem fuga do ser
resquícios de ti
de nós
em míseros recantos nos gritos de choro compulsivo da criança abandonada no antro a definhar de calor humano ou qualquer outra coisa ou aquela outra coisa de sermos
o sentimento na ponta dos dedos
a escorrer em lágrimas doces de encantos
lúgubres insónias em relâmpagos que te ardem em esquiços sombreados emoldurados pelo nosso caminho
o teu
o meu finda aqui neste espaço desfaço a promessa que te fiz em insane memória da escória ultrajada pelo fulgor do teu abraço

...em frágeis sentidos desprovidos de sentimento e desencanto dilacerantes chagas de lâminas ocultas em sorrisos encaixados como peças do puzzle.
stop.
quero mais.

Sunday, June 19, 2011

...embrace is necessary



...your flesh in my skin underneath bleeding scars
killing myself like there is no heart
struggle for living inside a frame lost in dry tears
cannot follow you appart
just cannot follow you
stand
please go away
stare
please do not stay
in here
can't stand no more
you beside me no more
less fears less tears less love less lies above
freedom
what i believe
in me standing in here sitting in the clouds desapearing
like flames in torment
like that night
with you by my side
faking feelings faking the faceless mysterions and shadowing the grave of intention
clap your hands now
just clap and smile
revenge never won the game
shame
bury the soul the love unfold untrue
bury you
today like was no yesterday or tomorrow or never leaving or staying or beeing or saying
say it forever
a word colapsed empire
smashed faces on fire
eat the ashes in cold dreams
disapear
can't stand here no more
with you beside me with
...your flesh in my skin underneath bleeding scars.

Saturday, June 18, 2011

...doi(s)



o tempo das horas mortas no peito
a soluçar nos gemidos em suspiros rarefeitos
loucas passagens emaranhadas de pudor
raivas contidas num grito de amor
naquele banco de rua escanzelado nos ecos das histórias contadas entre um beijo e outro
urge chegar a espera tenebrosa do teu olhar
toques sem calor gelam o deleite como enfeites de natal carnavalesco pedantes e artificiais
em sermos um e um só holograma despojado de vida contra natura
fantasmas do que fomos...somos agora

...as sombras que vagueiam apressadas
na tranquilidade das horas mortas.

Wednesday, June 15, 2011

...sobre(humano)



no meu sonho sobre-humano
enfeitiçado de serpentinas e máscaras de vidro fumadas
desenhei os teus traços a carvão nas cinzas do meu peito
na cisma de não te querer mais na perda do vazio em abismos de palavras e sensações inundadas no oculto deleite de ser mais um
...galardão de glória aprumado em batinas delineadas nos rasgos da mente inaudita que se afasta.

no meu encanto de despeito
caixa de pandora roubada em jeito de ternura na gravidade impura desnuda em carne viva
ardem as lonas do teu calor corpo envolto no terror da assombração
luzes mortas em vagões de escadas de prédios devolutos
réplicas baratas de Paris dos anciães loucos por mais um dia
de vida...

...trago comigo ultrajes desentendidos
boatos de relíquias de ouro e marfim
lacadas em húmus purulento obscuro antro de ti
em mim
dentro de mim
aqui
sem nada que me cubra o asco baço da visão em rugidos dementes que clamam
o nada
de ti
em mim

como a lembrança vaga e tosca dos placares inundados em chamas das ruas sobrelotadas
em dizeres desditos nas mentiras sem demora
...no meu sonho sobre-humano
enfeitiçado de serpentinas e máscaras de vidro fumadas.

Monday, June 13, 2011

...esquiços de mo(ti)m



...o quadro pintado à tua imagem
molduras extintas nos escombros do que foi um mural
de lamentações em máscaras subjugadas a tiros de balas secas
pólvora nos teus olhos
mel de amargura nos teus lábios de sangue e dor em amor desprezados
claúsulas de compaixão
míseras linhas escritas no vento das marés subalternas em esquiços separados da memória
escassa vã frágil queda ascendente de represálias em cegas folhas de papel mudas

...a moldura na parede do castelo em ruínas a que chamavas ninho
aprumado de luzes ofuscadas pelas sombras cambaleantes do passado
fantomas ocultos animados pela luz que te oculta
brilho ofuscante do brio na escuridão
grotescas sílabas encobertas no manto de veludo negro que te cobre e aquece nas horas mortas...

shhhiu

...as vozes fazem-se loucas
o chão estremece em segredo tropeça
odores de almíscar em alecrim
flores caiadas nos gritos de infâncias perdidas reencontradas no teu peito
leito
braços que acolhem
falsidades
abraços que escolhem
vítimas do pudor onde te refizeste uno e escasso personagem em peça viva recontada na esfínge de desgraça
como
...a moldura na parede do castelo em ruínas a que chamavas ninho
aprumado de luzes ofuscadas pelas sombras cambaleantes do passado

Monday, June 06, 2011

...W(ho-le)



a hole empty hole
space between
us
a bullet empty blowing bullet crashing the sunlight in our crossroads made of sand and dust
floating in the air of perception
hunting bones and shadows desappearing
fake glasses broken and flood meaning
flash fowards goats
milles naked ghosts surrounding death
death surrounding coats rages uncover fears
smiles alike
hugs faking love
dreamless ropes and papers destroyed
words like junk junkies ashamed buried earth
eyes in a pot full of flames burning skyes cutted flesh in pain without pain
unchain the chain
violence in mirrors caught up insane
trace a map
grab your pocket of greed
pearls buried ashes in flames
grab it fake it
again
miss it run away
again
once more and more one step by step once more and more again
your fear is my wisdom
my secret desire of truth
hapiness never won in a putrid cake of mistakes so true
holes empty holes between
us
speakless meaningless like fragile veins bleeding for more
just one more bleeding burning bledding for more just one more one just mute screams for more just one more bleeding burning for more one more fragile
kiss begging to miss it like
...a hole empty hole
space between
you and yourself

Saturday, June 04, 2011

...é (as)sim



...é o meu desejo a minha vontade de proclamar a verdade
...é o meu desejo o meu capricho de te ter por perto fustigado
cansado de ouvir palavras que não suspirei cantei fretei como a um altar encadeado de sombras
hipnose
subtileza ao toque intocável derramado nas feridas eternas do teu peito
uso abuso como encaixes de peças soltas desprovidas de cor que deixei joguei no chão do nosso encantamento
joguetes em fantoches
urnas de cinzas em calotes
despejadas no cume do vento a jorrar sílabas soltas caídas ao abismo do espaço vazio
entre nós
na teia de aço velas e incenso comprado na loja sem nome em nome de um empréstimo fiado
em desconfiança acesa naquele estábulo imundo e puro de encantos ditos na força da palavra
da surdez na coacção de mais um espirro de ódio e raiva
fustigada de encanto
prantos como músicas de embalar do ontem que seria amanhã
e no amanhecer que seria à noite
palpitações de um segundo
espaço
em segundos
zumbidos no
espaço
desfaço
a louca enternecida de aço trajada a rigor que te abomina os sonhos
na corda bamba da tua sanidade
pulverizada tragicamente nos jogos da infância reencontrada nos teus braços
que uso abuso como encaixes de peças soltas desprovidas de cor que deixei joguei no chão do nosso encantamento...

...é o meu desejo a minha vontade acima da tua realidade surreal
pegadas cravadas no teu peito
fulminadas pelo meu olhar

Thursday, June 02, 2011

...(un)fair



wrong path
wrong way
losing hope
the meaning
running like skeletons on a pillow of stars
scars bleeding at daylight
no shinning
no bright
no light to fuck up  your mind
stare
stay
keep
away
hands creeping flames
burning skyes
join the frame
blame the time
and fly
above my mind
its time
(un)fair