Tuesday, July 05, 2011

...doisedois



os sorrisos nas pontas dos dedos
à espera
na espera dos dias sem espera em que alucino redundantes farpas
espera
naquele banco de jardim apedrejado pelo nosso desejo
frágeis lembranças de fugas esquecidas em bilhetes escritos com a tinta dos dias

espera
no lugar vago da sensação trôpega cambaleias deitado no chão em cimento de pés descalços
porque a chuva só receia não ter corpo para aconchegar
e nesse céu de medonhas paisagens na penumbra dos dias
espera que a noite te renege nas cinzas do passado
ritual de orgias em rasgos de cor onde a tinta escasseia e grita

espera
voltei.

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