Sunday, October 30, 2011

My eyes say i will



Fechei as portas
a cadeados sem chave
nas janelas encrustadas em cimento
parei o tempo nos ponteiros dos relógios imensos que povoam a casa
ruge o silêncio na neblina da noite
e dos dias que passam devagar
a contar as rugas no peito
a parar aos bocadinhos nas pegadas da tua sombra que vagueia nos corredores da mansão assombrada em desencantos do passado esquecido nas lembranças das molduras (ainda) dependuradas a cair de lassidão nas comportas da solidão

A luz lá fora
em luares cá dentro
escondida sob panos de veludo negro a emoldurarem sorrisos de desapegos

A vida lá fora
em pulsares no meu corpo morto
já morto em feridas cicatrizadas perfuradas na pele sob a pele em folhas de papel amarrotadas e recicladas à chuva e ao vento que cobre as esperanças

Fechei as portas
à chave sem cadeados
parei o tempo nos ponteiros dos relógios imensos onde o mundo se contrói e reconstrói
a parar aos bocadinhos...
em sussuros como gritos
é o fim em mim assim diz vem...
em sonos sonhos desconcertados.


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