Sunday, November 20, 2011

...gentes sem sombra



...os silêncios que falam mais alto que vendedores de ruas apinhadas de gentes sem sombra
como fotografias estampadas em livros de luxo como enfeites de prateleiras desarrumadas
assim como o meu coração que sangra nos teus braços em compulsões de loucura em impulsos funestos mortos na intempérie do momento em palavras ditas com a força da mente

...o frio lá fora e os desabafos
folhas de rascunho amarrotadas que trago dentro da mala dos sentidos a ler nas estrelas as histórias que me contaste num abraço em cumplicidades de sorrisos e simplicidades como promessas eternas

...perdidos estão os silêncios nos becos iluminados que não percorremos

esqueci-me das palavras e do tempo do momento nas folhas rasuradas em chamas de regimentos entranhados na pele a suspirar um desejo

como as gentes sem sombra a vaguear no quarto vazio em danças chinesas
como as gentes sem sombra a gritar no vazio sem ouvirem
sem nos ouvirem

há risos há lágrimas solitárias a acariciar os rostos que leem as estrelas no céu de papel pardo dos sonhos
como tu e eu
a embalarmos as palavras dos sentidos no peito em vácuos do pensamento
como tu e eu
a contar os minutos que faltam sem que soubessemos

...do frio lá fora e os desabafos num abraço em cumplicidades de sorrisos como promessas eternas.

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