Tuesday, December 20, 2011

...the night shift



...fecho os olhos e as nuvens em mutação como estrelas cadentes a clamar em vão a chuva o frio a ilusão de sermos mais um dia na escuridão do deserto de folhas secas caídas no tecto da memória

...embalo os sonhos como inquebráveis eternos abraços em sussuros que esperam
insanes são as horas que correm à pressa pelas trilhas do metro apinhado de gente
nos segundos que não se contam pelos dedos das mãos cá dentro a espalmar a fuga do invertebrado fantoche que bate acelerado descompassado em gargalhadas loucas à preocupação

Brincadeiras de cagra cega em cartazes nas montras apregoam saldos à vida
águas que não matam a sede em copos meio vazios
cheios
entornados nas fugazes rusgas do ser

Tocam os sinos e invertem a marcha nos passos esquecidos como toques na palma das mãos a derramar clamores no olhar
olhares
que se tocam indecentemente a invadir os sentidos
paro
páras
sorrio
choras
saio
demoras
demoras-te no tempo que só o tempo tem
sem saber
sem saberes
que o amor é um requício de alguém
dentro de nós.

...abro os olhos
embalo os sonhos como inquebráveis eternos abraços em sussuros que esperam.


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