Sunday, January 08, 2012

...(a)calma



...apagaram-se as luzes como um strob incandescente que veio para ficar
sem que te apercebas da ausência de cor
em monocromáticas conversas a vaguear nas ruas de faces ocultas pelo frio da demora
e ventos que consomem as escamas na pele torturam os pensamentos desarticulados
como homens sem vida a caminho da forca
miram-te a escarnecer os dias
na total ausência de voz
vozes que cambiam sorrisos e trocam urros à passagem
silêncio
a calma veste máscara
incolor
indolor à superficie que te tatua por dentro a nostalgia
e a cor
amor
a vida a saltitar nos jardins de encantos
suspiras
revês relês escutas demoras-te... pensas
lês vês ouves queres saber porque o tempo se calou faz tempo
no sol dos teus olhos a refletir ilusões nas ondas do mar
luas que se atropelam
noite após noite em cronómetros desconcertados
pecam as memórias
fugas rumores histórias
como livros em saldo nas bancas esquecidos...

...apagaram-se as luzes como um strob incandescente que se queda nos olhos teus
ao espelho de mil pedaços que quebraste na fúria de achares que a realidade era mais do que isto
e aquilo e aquele-outro trejeito sem jeito a fazer de conta fugaz
inoportuno
silêncio
a recarregar baterias nos fachos que persegues às mãos do vândalo catalogado a preço de nada...

...larga a ilusão
a calma veste máscara.

No comments: