Monday, April 29, 2013

...(sobre)vidas




...entranhados estão os cernes da questão a serem síndromes de ante-mão encarcerados
pelo tempo no tempo
descentrados do cerne da questão serão escapes de fugas de outrora
naúfragos de bebidas exóticas a desfaleceream tentações
afogam os sentidos
queimam vontades de ser mais
sem ser mais
penhorados os sonhos
o futuro
as angústias do ontem e do amanhã
vulgos tentáculos da demora
imposições do hoje
cercam as fúrias
revoltas de vermelho vestidas
mascarados os motivos
rogam as ruas e as aptidões
que tivestes não tens
a custo zero fizeste-te uno mais um
e outro
aqueloutro a vaguear sem sentido
ruas perdidas
becos esquecidos
foram
sentimentos de outrora
a serem mais
foram
vontades em sonhos de futuros
a custo zero

...penhoras os sentidos
e a vida
entranhados
afogam os sentidos
mascarados os motivos
partículas voláteis
foram
sentidos de outrora
afogas as mágoas num copo de tinto
extinto o rumo
e o vagar.


 

Friday, April 12, 2013

SemLei



Cúmplices de silêncios
gritam nas esquinas insanidades em eco
faltam-me as forças
e a razão
anímicas estacas cravadas no peito
despeito
lack of wisdom
desrespeito
flaws crawling inside
colina abaixo
acima medem-se palmos da demora
becos incertos ecos em alerta
perto ao longe
longes que se tocam
abismos
portas a cadeado
arrombadas
no negro
e o negro a esquecer emoções
derrubam esperanças repostas

...as janelas chiam neste espaço feito quatro paredes ocas
recantos de desencantos
onde sombras tilintam
cercam-me como pirilampos a arder na chama do vácuo
vidas vividas
vívidas
como poeira a levantar o vento
tempestades de quereres
ilusões
folmaldeídos explodem
átomos
desfeitos rarefeitos no ar que respiras
desata
tropeça de pés descalços
filho varão que ousaste ser

Manchado está o pano
da voz que te lava o rosto
e o corpo tombado
geme
a morrer cadências
súbitos esgares de demências
prazeres inalcançados
no topo caem omissões
maldições pendentes de frestas abertas
entra o frio
gelas
na descoberta de ti

perdeste
perdeste-te
uma vez
e outra
à vez
na pernoita dos sentidos
julgaste doces melaços ao acordar
em olhares que se queimam
queimam resquícios de mim

...à beira da estrada
há uma flor desabitada.