Sunday, September 28, 2014

A porta 30 e um




As ruas da cidade
descartável e idónea
desconfiada e latente
diletante enfartamento de louvores
vénias de muletas
em montanhas russas
congelam
jogos de cabra cega
mentem na contagem
decrescente
10  5  3  1
- aí vou eu -
e escondes
a verdade em falácias
filosofias vãs
crês que o chão que pisas
te mente
e saboreias a vontade de ficar
vais
saiste algures na porta 30
e um
labaredas congelam vitórias
mínimas
no mínimo
- prego a fundo - derrapas
vira à esquerda
segue
na encruzilhada a sorte
dois mais três
seis
menos tu
um
e todas as estradas têm um fim
algumas avisam-te
- pára -
outras sussurram ocos milénios

Nas ruas da cidade
não há silêncio que grite
luas novas de velhas máximas
- todas as estradas são ocas -
loucas desenfreadas em embaraços
como as palavras
caladas
a ecoar húmus defuntos

Não vês o chão que pisas
e na vontade de ir
ficas

As ruas da cidade
são vénias de muletas
a aplaudir fugazes louvores
como um filme mudo
na penumbra de salas vazias.

Monday, September 08, 2014

.infinit.um.



.há um sonho de menina
à esquina da memória
a sussurrar silêncios
como miragens
em dias de chuva
arco íris escapam
fugazes
escuta
o eco dos teus passos
a chegarem
cumes de engodos fogem
algures
em algures feitos aqui e aí
jogados à sorte de um
qualquer pensamento
diz baixinho
não
ouço
mas sussurra
a pernoita que sentes
vem
traz o calor
dos teus braços
em abraços que não
findam
como o tempo que corre
areia que nos cai
entre dedos que entrelaçam
memórias
e sorrisos
e ditos não ditos
que dissemos algures
sem algures
no cerco infindo da memória

não te
ouço
sussurra
pernoitas
em sentidos
cala o frio que jaz lá fora

fora
vem.